terça-feira, 29 de setembro de 2009

Homenagem a Roberto Pires tem sessão especial na Sala Walter nesta terça

http://www.cineinsite.com.br/materia/materia.php?id_materia=9698

28/09/09

Homenagem a Roberto Pires tem sessão especial na Sala Walter nesta terça

Lucas Cunha, do A TARDE ON LINE

Se, atualmente, pode-se falar em um cinema baiano, um nome fundamental nesta história é Roberto Pires, morto em 2001, que ganha homenagem nesta terça(29) às 20 horas, na Sala Walter da Silveira, com entrada franca. Serão exibidos "Césio 137" e "Artesão dos Sonhos", no dia em que o cineasta completaria 75 anos.

Como diz Glauber Rocha, em uma célebre frase, se o cinema da Bahia não existisse, Roberto Pires o teria inventado. A razão disto é "Redenção", primeiro longa-metragem baiano, de 1959.

O ano de 2009 tem sido um bom período para o resgate da obra de Roberto Pires. Quem está à frente do projeto de recuperação dos filmes de Pires é o seu filho, Petrus, em um processo que começou ano passado com o lançamento do curta "Artesão dos Sonhos", dirigido em parceria com Paulo Hermida.

"Desde o lançamento do filme, várias coisas aconteceram. Conseguimos restaurar o Tocaia no Asfalto, foi lançado um livro e agora estamos no processo de restauração de 'Redenção'“, diz o filho cineasta.

Quem pôde acompanhar a exibição de "Redenção", através de uma telecinagem, durante o Panorama Coisa de Cinema, em março deste ano, teve uma ideia da situação de preservação da cópia do filme, que precisava com urgência de restauração, o que foi obtido através de um apoio da Secretária de Cultura da Bahia e da TeleImage.

"A gente só consegue dar valor às coisas quando a gente perde. Depois da morte dele, perceberam que o filme não existia. Até meu pai falecer, davam pouca atenção para 'Redenção', que é de grande importância história para a Bahia".

E Petrus já indica até uma data para a exibição da cópia restaurada: 6 de março de 2010, quando o filme completará 51 anos.

"Esse é o nosso prazo. Já fui a São Paulo para reuniões com o pessoal da TeleImage, que é a mesma empresa que fez restauração dos filmes do Joaquim Pedro de Andrade, do Nelson Pereira dos Santos. Agora, estamos começando a escanear o negativo".

A ideia é que, em 2010, além da exibição da cópia restaurada em Salvador e algumas cidades do interior da Bahia, também seja lançado o DVD do filme, iniciando um processo de lançamento de todos longas-metragens e curtas de Roberto Pires em DVD, o que deve resultar uma caixa nos próximos anos, já que, atualmente, nenhum dos filmes de Pires está disponível neste formato comercialmente. "Estamos fazendo este processo por filme, porque temos uma equipe muito reduzida para fazer este trabalho".

Um dos parceiros desta equipe é o jornalista e documentarista baiano Aléxis Góis, que foi o responsável pelo lançamento do livro sobre Roberto Pires, pela coleção Gente da Bahia, projeto da Assembleia Legislativa do Estado, que tem outros títulos sobre célebres baianos.

Aléxis não conhecia a obra de Roberto Pires até o ano passado, quando assistiu ao documentário Artesão dos Sonhos, que mostra a vida do cineasta.

"Ele era um cara apaixonado pela causa, que conseguiu fazer o primeiro longa baiano, auxiliou a carreira de Glauber Rocha, era engajado com outras questões, como sua preocupação com o uso da energia nuclear. Nessa mesma época, coincidiu o convite para escrever um dos livros para o Gente da Bahia, e casou uma coisa com a outra", diz o
autor do livro, que, após uma primeira edição de distribuição gratuita, pode atualmente ser adquirido na Livraria LDM, em Salvador, pelo preço de R$ 20.

Sua imersão na obra de Pires foi tanta que o filho Petrus lhe convidou para se tornar o pesquisador oficial dos projetos de restauração/redescoberta da obra de seu pai. Tanto que ele está atualmente no Rio de Janeiro, buscando lo calizar alguns curtas que são da dos como perdidos, além de estar no começo do projeto de um livro sobre outro cineasta baiano, Paulo Gil Soares.

Soares, além de ter trabalhado em filmes de Glauber Rocha, tem no currículo a direção da época áurea, nos anos 70 e 80, do programa Globo Repórter, colocando documentaristas do primeiro time, como Eduardo Coutinho, Geraldo Sarno e Walter Lima Jr., para dirigirem algumas das reportagens especiais.

Para a sessão desta terça(29), a escolha do longa Césio 137 tem um motivo: a relação com a data do incidente em Goiânia, 22 anos atrás, o que traz um debate, com a participação da Rede de Educação Ambiental da Bahia (REABA) sobre o uso da energia nuclear, após a sessão.

A família, inclusive, desconfia que foi ao coletar informações sobre o assunto no região da contaminação que o câncer de Roberto despertou. “Não se pode determinar uma causa para o câncer, mas ele é considerado uma das vítimas indireta do Césio. Um ano após a visita dele a Goiânia, apareceu o câncer”, diz o filho, Petrus.

EXIBIÇÃO DOS FILMES "CÉSIO 137 - O PESADELO DE GOIÂNIA" (1990), DE ROBERTO PIRES, E "ARTESÃO DOS SONHOS", DE PETRUS PIRES E PAULO HERMIDA (2008).
TERÇA-FEIRA, 29, ÀS 20H.
SALA WALTER DA SIlVEIRA (RUA GENERAL LABATUT, 27, BARRIS).
ENTRADA FRANCA.
INFORMAÇÕES: 8606-3042.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

22 ANOS DO ACIDENTE EM GOIÂNIA

Foi um acidente radioativo ocorrido no dia 13 de setembro de 1987, em Goiânia, Goiás. No desastre foram contaminadas centenas de pessoas acidentalmente através de radiações emitidas por uma cápsula que continha césio-137. Foi o maior acidente radioativo do Brasil e o maior do mundo ocorrido fora das usinas nucleares. Tudo teve inicio com a curiosidade de dois catadores de lixo, que vasculhavam as antigas instalações do Instituto Goiano de Radioterapia (também conhecido como Santa Casa de Misericórdia), no centro de Goiânia. No local eles acabaram encontrando um aparelho de radioterapia, eles removeram a máquina com a ajuda de um carrinho de mão e levaram o equipamento até a casa de um deles. Eles estavam interessados no que podiam ganhar vendendo as partes de metal e chumbo do aparelho em ferros-velho da cidade, ignoravam de todas as formas o que era aquela máquina e o que continha realmente em seu interior. No período da desmontagem da máquina, eles foram expostos ao ambiente 19,26 g de cloreto de césio-137 (CsCl), tal substância um pó branco parecido com o sal de cozinha, porém no escuro ele brilha com uma coloração azul. Após cinco dias, a peça foi vendida a um proprietário de um ferro-velho, o qual se encantou com o brilho azul emitido pela substância. Crendo estar diante de algo sobrenatural, o dono do ferro-velho passou 4 dias recebendo amigos e curiosos interessados em conhecer o pó brilhante. Muitos levaram para suas casas pedrinhas da substância, parte do equipamento de radioterapia também foi para outro ferro-velho, de forma que gerou uma enorme contaminação com o material radioativo.
Os primeiros sintomas da contaminação (vômitos, náuseas, diarréia e tonturas) surgiram algumas horas após o contato com a substância, o que levou um grande número de pessoas a procura hospitais e farmácias, sendo medicadas apenas como pessoas portadoras de uma doença contagiosa. Mas tarde descobriu-se de que se tratava na verdade de sintomas de uma Síndrome Aguda de Radiação. Somente no dia 29 de setembro de 1987 é que os sintomas foram qualificados como contaminação radioativa, e isso só foi possível devido à esposa do dono do ferro-velho ter levado parte da máquina de radioterapia até a sede da Vigilância Sanitária. Os médicos que receberam o equipamento solicitaram a presença de um físico, pois tinham a suspeita de que se tratava de material radioativo. Então o físico nuclear Valter Mendes, de Goiânia, constatou que havia índices de radiação na Rua 57, do St. Aeroporto, bem como nas suas imediações. Por suspeitar ser gravíssimo o acidente, ele acionou a então Comissão Nacional Nuclear (CNEN). O então chefe do Departamento de Instalações Nucleares José Júlio Rosenthal, dirigiu-se no mesmo dia para Goiânia. Ao se deparar com um quadro preocupante, ele chamou o médico Alexandre Rodrigues de Oliveira, da Nuclebrás (atualmente, Indústrias Nucleares do Brasil) e também o médico Carlos Brandão da CNEN. Chegaram no dia seguinte, quando a secretaria de saúde do estado já fazia a triagem num estádio de futebol dos acidentados. Uma das primeiras medidas foi separar todas as roupas das pessoas expostas ao material radioativo, lavá-las com água e sabão para a descontaminação externa. Após esta medida, as pessoas tomaram um quelante (substancia que elimina os efeitos da radiação, denominado de “azul da Prússia”). Com ele, as partículas de césio saem do organismo através da urina e das fezes.
Cerca de um mês após o acidente quatro pessoas vieram a óbito, a menina Leide das Neves, Maria Gabriela e dois funcionários do ferro-velho e cerca de 400 pessoas ficaram contaminadas. O trabalho de descontaminação dos locais atingidos geraram cerca de 13,4 toneladas de lixo (roupas, utensílios, materiais de construção, etc.) contaminado com o césio-137. Esse lixo encontra-se armazenado em cerca de 1.200 caixas, 2.900 tambores e 14 contêineres em um depósito construído na cidade de Abadia de Goiás, onde deve ficar por aproximadamente 180 anos.
Após o acidente cerca de 60 pessoas morreram vítimas da contaminação com o material radioativo, entre eles funcionários que realizaram a limpeza do local. O Ministério Público reconhece apenas 628 vítimas contaminadas diretamente, mas a Associação de Vítimas contaminadas do Césio-137 calcula que esse número seja superior a 6 mil pessoas que foram atingidas pela radiação. No ano de 1996, a Justiça julgou e condenou por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) três sócios e funcionários do antigo Instituto Goiano de Radioterapia (Santa Casa de Misericórdia) a três anos e dois meses de prisão, pena que foi substituída por prestação de serviços. Atualmente, as vítimas reclamam da omissão do governo para com a assistência que eles necessitam, tanto médica como de medicamentos. O governo nega a acusação e diz que as vítimas fazem o uso do acidente como pretexto para justificar todos seus problemas de saúde.
Por Eliene Percília
Equipe Brasil Escola

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Lançamento de biografia sobre Roberto Pires em Bauru

http://www.jcnet.com.br/busca/busca_detalhe2009.php?codigo=165804

14/09/2009 - Cultura
Pioneirismo baiano
Diretor do primeiro longa produzido na Bahia, Roberto Pires ganha biografia; lançamento, em Bauru, será hoje, no Automóvel Club
Precursor do cinema baiano com a produção de “Redenção”, em 1959, Roberto Pires teve sua trajetória revista pelo jornalista Aléxis Góis. Intitulada “Roberto Pires - Inventor de Cinema”, a biografia será lançada, em Bauru, hoje à noite, no Automóvel Club. Fundador do Cineclube Aldire Pereira Guedes e formado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), de Bauru, o autor promoverá sessão de autógrafos, a partir das 20h.

Além de descrever a atuação de Pires como cineasta, o livro destaca sua habilidade e grande amor pela sétima arte. Aventuras pelo Brasil, militância contra a energia nuclear e a colaboração em obras de grandes nomes do cinema brasileiro permeiam sua obra. Como inventor, Pires também tem o seu espaço, com a criação da lente anamórfica Igluscope, invenção que motivou uma viagem de representantes da Motion Pictures de Hollywood à Bahia para conhecer o feito.

Com o lançamento de “Redenção”, Pires não apenas fomentou o início da produção cinematográfica da Bahia, como ainda proporcionou o início da carreira de Glauber Rocha, com a produção do primeiro longa do amigo, “Barravento”. O famoso cineasta escreveu certa vez que “se o cinema não existisse, Roberto Pires o teria inventado”.

O cineasta ainda dirigiu “A Grande Feira”, “Tocaia no Asfalto”, “Césio 137” e “O Cego que Gritava Luz”, do diretor João Batista de Andrade, foi praticamente o último filme com o qual Roberto Pires teve envolvimento antes de falecer em 2001.

Além de “Roberto Pires - Inventor de Cinema”, o jornalista Góis participa do projeto de restauração “Redenção”, além de assinar a direção dos documentários “Memórias do Coronelismo” e “Cantoria Caipira: Cururu do Médio-Tietê”.

Durante o lançamento do livro, haverá também a exibição do curta “Artesão dos Sonhos”, dos diretores Petrus Pires e Paulo Hermida, que conta um pouco da vida de Roberto Pires, dedicada inteiramente ao cinema.


• Serviço

Lançamento da biografia “Roberto Pires - Inventor de Cinema” hoje, às 20h, no Automóvel Club (Praça Rui Barbosa, 1-23).

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Roberto Pires ganha biografia

Matéria completa em: http://cineinblog.atarde.com.br/?p=1475

Published by Andréia Santana
on 11/09/2009

O cineasta baiano Roberto Pires, diretor de Redenção, o primeiro longa feito na Bahia, ganhou uma biografia assinada pelo documentarista e jornalista Aléxis Góis. O livro “Roberto Pires”, que integra a coleção Gente da Bahia, iniciativa da Assembleia Legislativa do Estado, será lançado no stand dos autores baianos, no próximo dia 20, na Bienal do Livro do Rio de Janeiro.
Filmagem de Redenção

Filmagem de Redenção

A obra descreve a trajetória de Pires como cineasta e inventor, além de destacar sua habilidade e grande amor pela chamada sétima arte. Aléxis Góis, que atualmente participa como pesquisador do projeto de restauração de “Redenção”, escreveu o livro para homenagear os 50 anos deste filme que é considerado um clássico do cinema baiano.

A avant-premiére de Redenção ocorreu em março de 1959, em evento “black-tie” no cine Guarany (atual Espaço Unibanco Glauber Rocha), na Praça Castro Alves.

domingo, 6 de setembro de 2009