domingo, 26 de junho de 2011

DEZ ANOS SEM ROBERTO PIRES



Há dez anos, em 27 de junho de 2001, faleceu Roberto Pires, vítima de um câncer provavelmente contraído quando dirigia o filme "Césio 137 - O Pesadelo de Goiânia" (1990). Nome de fundamental importância para o Ciclo Bahiano de Cinema, e um dos precussores do Cinema Novo Brasileiro, foi profissional completo do cinema. Dirigiu 8 longas, além de diversos curtas e documentários, produziu, montou, realizou efeitos especiais e cenários, além de inventar soluções e equipamentos. Personalidade agregadora, Roberto teve 10 filhos.

Cineasta de muitas habilidades, construiu uma lente anamórfica e um sistema de som magnética para para realizar o primeiro longa metragem da Bahia, "Redenção" (1959), e dirigiu filmes importantes para o Cinema Novo e Ciclo Bahiano de Cinema, como "A Grande Feira" (1961) e "Tocaia no Asfalto" (1962). No RIo, realizou "Crime de Sacopã" (1963), e também de "Máscara da Traição" (1969), e "Em Busca do Su$exo" (1970).

A partir da década de 70, se interessa pela questão nuclear e milita contra o uso da energia atômica no mundo. Dentro dessa linha, realiza "Abrigo Nuclear" (1980) e "Césio 137", além de realizar documentários como "Alternativa Energética" (1982), e "Biodigestor" e "Energia Solar", os dois últimos em 1991, enquanto trabalhava para o Centro de Produção Cultural e Educativa (CPCE) da Universidade de Brasília (UnB).

Na capital federal, também dirigiu o episódio "A Volta de Chico Candango", dentro do longa "Brasília, A última Utopia" (1989), co-dirigido com Vladimir Carvalho, Pedro Jorge de Castro, Geraldo Moraes, Pedro Anísio, e Moacir de Oliveira.

Bastante versátil e profissional competente, Roberto Pires participou de trabalhos de outros cineastas, executando diferentes funções. Realizou a montagem de filmes como "O Caipora" (1964), de Oscar Santana; "Choque de Sentimentos" (1965), de Máximo Alviani; "O Homem que Comprou o Mundo" (1967), de Eduardo Coutinho; "Antes, o Verão" (1968), de Gerson Tavares; "Bahia, Por Exemplo" (1970), de Rex Schindler; "Di Cavalcanti" (1977), documentário de Glauber Rocha, "Diamante Bruto" (1977), de Orlando Senna; e; "A TV que Virou Estrela de Cinema" (1992), de Yanko del Pino.

Foi produtor de "Barravento" (1960), de Glauber Rocha; produtor associado de "Como Vai, Vai Bem?" (1968), obra em oito episódios, dirigidos pelo Grupo Câmara (Alberto e Walkyria Salvá e outros), e; diretor de produção de "O Cego que Gritava Luz" (1995), de João Baptista de Andrade. Em parceria com Pedro Moraes, Pires foi diretor de fotografia de "A Idade da Terra" (1979), de Glauber Rocha. E, ainda, responsável pela supervisão técnica e corte de "O Mágico e o Delegado" (1979), de Fernando Coni Campos.

Mais informações sobre Roberto Pires e sua obra, e o que vem sendo feito para preservar a sua memória:

http://www.redencao50anos.com.br
http://www.memoriarobertopires.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário